Uma pesquisadora brasileira em tempos de pandemia
"Eu sempre fui uma pesquisadora destemida, em trabalhos nas favelas cariocas e em outros locais difíceis, sabendo do risco da violência, mas durante a pandemia tive medo de iniciar um projeto de pesquisa diretamente relacionado com o vírus SARSCov-2, quando ainda não tínhamos vacina nem tratamento, não foi nada fácil ter que entrar nas comunidades para coletar material, realizar pesquisa laboratorial e iniciar protocolos com algo desconhecido. Mas artigos foram publicados, protocolos estabelecidos em virologia ambiental, defesa do bem público e do direito humano na audiência pública pela companhia de saneamento do estado do Rio de Janeiro, e recebi a primeira dose da vacina, graças ao SUS. Valeu a pena, novas parcerias foram estabelecidas, treinamento de gente jovem, participação em discussões por “Lives”, com pessoas de outros locais e aulas foram adaptadas para formato remoto. Mudamos a forma de fazer, mas não deixamos de fazer pesquisa para o SUS, para o Brasil, para o mundo. Sinto viva a resiliência da pesquisadora brasileira em mim!"